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Cancro do pulmão: Mitos, verdades e sintomas a estar atento
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Cancro do pulmão: Mitos, verdades e sintomas a estar atento

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O cancro do pulmão é o que mais mata entre todos os cancros, “registando as taxas de mortalidade mais elevadas tanto nos homens como nas mulheres”. Quem o explica é a Organização Mundial da Saúde (OMS), num texto dedicado a esta doença que acontece quando células anormais crescem de forma descontrolada nos pulmões. 

A propósito do Dia Mundial do Cancro do Pulmão, que se assinala a 1 de agosto, Teresa Almodovar, pneumologista e presidente do Grupo de Estudos do Cancro do Pulmão (GECP), explica alguns mitos e verdades sobre esta doença e aponta os sinais e sintomas a estar atento.

Fumar é o principal fator de risco? VERDADE

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Os avisos impressos nos maços de tabaco com frases como “fumar mata” ou “fumar danifica os seus pulmões” têm fundamento. Já que, de facto, “o tabaco é a causa mais frequente de cancro do pulmão”, adianta Teresa Almodovar, em declarações ao Viral.

A pneumologista reforça que “a maioria dos cancros do pulmão têm como motivo desencadeador ou motivo parcial os hábitos tabágicos”, lembrando que “85% dos doentes com cancro do pulmão” têm esta doença “porque fumaram ou porque estiveram expostos ao fumo do tabaco”.

A especialista alerta, contudo, que este facto não deve ser utilizado para culpabilizar os doentes pela sua situação.

“Existe na nossa sociedade uma noção muito grande de culpa relacionada com ter cancro do pulmão, que não beneficia ninguém. Pelo contrário, para as pessoas que têm cancro do pulmão dá-lhes uma carga de sofrimento ainda maior”, defende.

Só quem fuma pode ter cancro do pulmão? MITO

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Ainda que o tabaco seja o principal responsável pela maioria dos casos de cancro do pulmão, é falso que só quem fuma possa ter a doença.

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Teresa Almodovar explica que há outras causas de cancro do pulmão, tais como algumas “exposições ambientais, nomeadamente a radão”, um gás radioativo de origem natural, sem cor nem cheiro.

A presidente do GECP sublinha que esta “é uma exposição rara em Portugal, mas que é conhecida como causadora de cancro do pulmão”.

Por outro lado, em alguns casos, o cancro do pulmão desenvolve-se devido a “alterações genéticas”. Isto é, clarifica Teresa Almodovar, “há alterações que acontecem na genética da pessoa e que dão origem a um cancro do pulmão sem a pessoa ter tido qualquer tipo de exposição, nomeadamente a tabaco”.

Quem tem cancro do pulmão não pode comer carne nem doces? MITO

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Na perspetiva de Teresa Almodovar, é também errada a ideia de que “comer carne vermelha e beber bebidas açucaradas aumenta a progressão do cancro do pulmão” e que, por isso, os doentes “não podem comer carne, nem doces”.

A pneumologista explica que, à luz do conhecimento científico atual, não há fundamento para afirmar que estas mudanças na alimentação “vão alterar o curso da doença”.

Como prevenir?

“A prevenção primária é não fumar”, afirma Teresa Almodovar, quando questionada sobre os gestos a adotar para prevenir o cancro do pulmão.

Noutro plano, num texto publicado no site da OMS sobre o cancro do pulmão aponta-se outros fatores de risco a evitar. São eles o “fumo passivo”, a “poluição atmosférica” e outros “riscos no local de trabalho, como [exposição a] produtos químicos e amianto”.

Quais os sintomas a estar atento?

Questionada sobre os sintomas a estar atento, Teresa Almodovar começa por esclarecer “o diagnóstico mais atempado” permite “fazer o diagnóstico num estadio menos avançado da doença”. 

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Nesse sentido, continua, “quanto mais precoce, em termos de evolução da doença, for o diagnóstico, mais terapêutica temos para a  doença”.

Assim sendo, “tem toda a vantagem tentarmos obter um diagnóstico o mais precoce possível”.

Mas isso, admite, nem sempre é fácil: “É difícil porque, algumas vezes, é uma doença que não dá sintomas. E os sintomas que dá são muito pouco específicos e podem ser, muitas vezes,  desvalorizados quer pela pessoa doente, quer pelos médicos”.

A título de exemplo, a pneumologista avança que “esta doença aparece, muitas vezes, em doentes fumadores que têm também Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica ou, pelo menos, uma bronquite crónica”. E, “por isso, para essas pessoas, tossir de vez em quando ou tossir muito é banal”, exemplifica.

É a pensar nisso que o Grupo de Estudos do Cancro do Pulmão acaba de lançar a campanha “Cedo detetar para melhor tratar”. O objetivo da iniciativa é tornar os cidadãos conscientes “da importância de conhecer os sintomas do cancro do pulmão” e “incentivar o diagnóstico precoce”.

Em declarações ao Viral, a presidente do GECP sublinha que, neste âmbito, “é importante” estar atento a sinais como “uma ligeira alteração do tipo de tosse” ou uma mudança “da frequência da tosse”.

Deitar “sangue na expectoração”, passar a sentir “um cansaço que não existia” ou notar “uma falta de ar que ficou pior” são também sintomas a ter em conta.

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Um dos sintomas “mais precoces, muito frequente e que é muito desvalorizado são as dores no tórax”, refere a pneumologista. 

Isto porque, conclui, “a pessoa tem uma dor no ombro, uma dor no pescoço ou uma dor nas costas e julga que é dos ossos”, quando, na verdade, essa dor nos ossos pode ter surgido “por ter o cancro a invadir essas zonas”.

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1 Ago 2023 - 01:19

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